quinta-feira, 28 de julho de 2011

Leve Pessoas a Cristo, Não a Religião!




Quando comecei a caminhar o caminho da salvação e consequentemente me relacionar com a subcultura evangélica, logo de cara me identifiquei com o trabalho de evangelismo. Compreendendo a importância dessa ordem dada por Jesus aos seus discípulos e consequentemente a mim, já que também me tornei discípulo, sempre tentei encontrar uma maneira relevante de exercer essa função designada pelo Mestre.

Como um calouro que observa tudo no campus da faculdade como novidade, assim era eu nos meus primeiros anos na subcultura cristã. Nesse esquadrinhar de comportamentos e resultados, cheguei a algumas conclusões e gostaria de compartilhar. Você tem todo o direito de discordar, mas essas são as minhas verdades nesse momento. Um fruto do meu observar. Se não gostar é só desconsiderar.

Conclui que a instituição igreja faz um esforço para converter pessoas não somente a Cristo, mas também a sua subcultura cristã. O entendimento por “dar frutos” para a maioria dos religiosos auto-intitulados cristãos se dá por um mudar de hábitos e praticas.

Diversas vezes escutei comentários maldosos sobre determinado músico que ao se declarar seguidor de Cristo, não abandonou a carreira secular para se enfiar no mundo gospel.

Não basta ter um caráter reto e um amor pelo Pai, é preciso satisfazer o padrão moral estabelecido pelos dogmas da subcultura cristã. Uma tentativa de castrar a liberdade do Espírito Santo em convencer as pessoas do pecado e do juízo.

É aquele velho pensamento medíocre da bolha (leia aqui). A proposta de evangelismo da igreja é retirar pessoas do seu habitat natural para “protegê-las” dentro de uma pseudo santa cultura evangélica, um reflexo do que diz John Piper: “Uma má teologia adoece o povo”.

Essa “má” teologia foi e é aplicada sobre o verso do salmista: “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Salmos 1:1

Ao passar pelo crivo da hermenêutica e exegese, logo perceberemos que o salmista não nos aconselha a um isolamento das pessoas que não professam a nossa fé, e sim, uma separação de pessoas maldosas, fofoqueiras e caluniadoras. Por acaso esses adjetivos não se enquadram as pessoas da igreja?

Quero acreditar que em muitos há uma sinceridade nessa falácia comportamental, mas com o passar dos anos tenho visto interesses inescrupulosos por trás dessa alienação cultural.

Assim como o governo sempre negou educação e cultura relevante a população para mantê-los burros e pacíficos, a liderança religiosa incentiva um distanciamento do relacionamento cultural com o mundo além das muralhas da subcultura gospel, pois assim, fica mais fácil alienar pessoas com enfermas teologias do medo e do terror.

É preciso ser muito ingênuo para acreditar que em pleno século XXI, com toda informação instantânea através da internet, com tantos cursos teológicos espalhados por aí, a liderança da igreja ainda considere que isolamento é proteção contra o pecado.  Passa amanhã!

A hora é agora e o lugar é aqui! Temos que espalhar a subversão da Graça, contagiar pessoas, confrontar com a sã doutrina os lobos que aprisionam o sal dentro saleiro.

Quando pensar em evangelismo, pense em divulgar não só o Evangelho da Salvação, mas também o Evangelho do Reino, o evangelho que nos ensina a servir pessoas antes de querer convertê-las a sua religião ou denominação.

Leve pessoas a Cristo, não a religião.
 Por Marcello Comuna
Fonte: Verbo Primitivo Na Pós Modernidade

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